A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu nesta quarta-feira, 4, a investigação sobre a causa e as circunstâncias do acidente aéreo que causou a morte da cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em Piedade de Caratinga, no dia 6 de novembro de 2021.
Com base na investigação, a Polícia Civil atribuiu aos pilotos a responsabilidade do acidente. Em coletiva de imprensa, o delegado de polícia Sávio Assis esclareceu: “Sendo certo que todo o arcabouço produzido durante o inquérito policial, nós firmamos a convicção jurídica de que a tripulação por circunstâncias até então não justificáveis atuou com negligência e imprudência”.
“Chegamos a conclusão de que houve essa quebra do dever de cuidado objetivo. […] Houve imprudência por parte da tripulação por ter alongado a perna do vento e ter saído da zona de proteção do aeródromo. Já no ato de negligência, foi a falha da análise prospectiva na questão do plano de voo, pois tudo leva a crer que eles não tomaram ciência das cartas que previam as linhas de transmissão, bem com não seguiram os procedimentos padrões operacionais previstos para a aeronave”, detalhou o delegado.
Vale lembrar que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira já havia informado, em maio, que o avião voava mais baixo do que deveria. Com isso, bateu contra cabos de alta tensão, arrancando o motor esquerdo. Na sequência, a tripulação perdeu o controle da aeronave.
Conforme a polícia, não havia obrigação da empresa responsável pela linha de transmissão de ter colocado sinalização. Eles também descartaram problemas mecânicos na aeronave ou mal súbito da tripulação.
Diante da conclusão, o inquérito policial atribui três homicídios culposos aos pilotos, entretanto, como eles também morreram no acidente, há extinção da punibilidade. Sendo assim, o caso será arquivado.
FONTE: Ingrid Rodrigues/Istoé
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